Atitudes

Carro em contramão

Carro estacionado

«O bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo, pois cada qual pensa andar tão bem provido dele que até os mais difíceis de em qualquer outra coisa contentar não costumam desejar mais bom senso do que aquele que já possuem. E é improvável que todos se enganem a esse respeito, mas isso é antes uma prova de que o poder de julgar de forma correcta e discernir entre o verdadeiro e o falso, que é justamente o que é denominado bom senso ou razão, é igual em todos os homens, e, assim sendo, de que a diversidade das nossas opiniões não deriva do facto de serem alguns mais racionais que outros, mas apenas de dirigirmos os nossos pensamentos por caminhos diferentes e não considerarmos as mesmas coisas. Pois é insuficiente ter o espírito bom, o mais importante é aplicá-lo bem. As maiores almas são capazes dos maiores vícios, como também das maiores virtudes, e os que só andam muito devagar podem avançar bem mais, se continuarem sempre pelo caminho recto, do que aqueles que correm e dele se afastam.»

Descartes – O Discurso do Método

2 responses

  1. Eu Mesma!

    Bom senso…..
    Pois que sim…. é aquele detalhe da vida que todos pensamos ter… todos consideramos agir dessa forma…

    mas de fora… tudo parece caótico…

    eu tente agir com justiça e bom senso diariamente… mas tenho a certeza que existem pessoas à minha volta que se sentem injustiçadas pelas minhas atitudes…

    se eu tiver bom senso para mim… já fico feliz 🙂

    2011/05/30 às 10:21

  2. Ni

    Por algum motivo eu gostava de estudar o Discurso do Método para Filosofia.

    Quanto ao bom senso: nós até podemos agir com bom senso e com a justiça como meta. Tal como a Eu Mesma refere (e eu estou quase sempre de acordo com ela), tentámos aplicar isso no nosso dia-a-dia. Mas a par destes dois louváveis princípios arrastámos na nossa análise dois outros que na maioria das vezes são incompatíveis com os dois primeiros: o julgar as outras pessoas pelos nossos próprios padrões e a nossa lealdade para aqueles que amámos.

    Por exemplo, quantos de nós já defendemos a atitude de um amigo perante alguém que não nos diz nada, apesar de sabermos que o nosso amigo está errado? É óbvio que depois lhe chamámos a atenção, (isto se somos verdadeiramente amigos) mas não à frente daquele que nada nos diz.
    🙂

    Beijo

    2011/05/30 às 16:52

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